Nos últimos anos, a sustentabilidade se tornou um tema central nas discussões sobre o futuro das cidades e a preservação do meio ambiente. Na formas de habitar e construir é fundamental se adaptar. O teto vivo ou telhado verde como também é chamdo, assim como outras técnicas são poderas ferramentas aliadas à preservação e manutenção ambiental.
Com o fato do aumento da urbanização, a necessidade de soluções inovadoras para cessar e restaurar os impactos ambientais tornou-se primordial.
Eu, Flávio Duarte atuo há mais de 20 anos com projetos de bioarquitetura utilizando diversas técnicas construtivas inclusive o telhado verde.
Nesse artigo falarei sobre o Telhado Verde, também chamado de Teto Vivo, uma técnica de cobertura de eficações que possui inumeros benefícios não só para o bem estar dos habitantes da edificação mas também uma forma de construção ecológica, alinhada com o meio ambiente.
Nesse cenário, as construções urbanas, que antes eram vistas apenas como estruturas funcionais, começaram a ser reimaginadas como oportunidades para integrar o homem à natureza de maneira harmoniosa e sustentável.
Um dos exemplos mais notáveis dessa transformação é o “teto vivo”, também conhecido como telhado verde ou laje ajardinada.
Além das vantagens ambientais, o teto vivo transforma superfícies que anteriormente eram subutilizadas ou improdutivas em áreas verdes vibrantes. Esses espaços, além da oferecem diversos benefícios, também proporcionam oportunidades de lazer, relaxamento.
Além disso tudo, estabelece conexão com a natureza para os habitantes urbanos, muitas vezes privados de espaços verdes em seu cotidiano.
Neste artigo, direi com profundidade os conceitos do teto vivo, sua origem e evolução histórica e as vantagens associadas à sua implementação. Também direi sobre as técnicas e cuidados necessários para a instalação e manutenção dessas coberturas em diferentes tipos de edificações.
O objetivo é fornecer uma visão abrangente e detalhada sobre o tema, evidenciando a importância dessa prática para o futuro das construções sustentáveis e para a criação de cidades mais resilientes e saudáveis.
A Origem do Telhado Verde
A prática de cobrir telhados com vegetação remonta a tempos antigos, sendo uma técnica que transcende culturas e períodos históricos. Um dos exemplos mais icônicos dessa prática são os Jardins Suspensos da Babilônia, considerados uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo.
Construídos no século VI a.C., esses jardins, embora cercados de mistério quanto à sua real existência e funcionamento, simbolizam uma das primeiras tentativas conhecidas de integrar vegetação à arquitetura.
Os Jardins Suspensos eram compostos por uma série de terraços elevados, repletos de plantas exóticas e irrigados por um complexo sistema hidráulico, demonstrando uma sofisticada compreensão da relação entre construção e natureza.
Histórico e Conceituação
No entanto, não foram apenas as civilizações grandiosas que adotaram essa prática. Na Escandinávia medieval, os telhados de grama eram comuns em habitações rurais. Esses telhados vegetados eram mais do que uma escolha estética; eles desempenhavam um papel crucial na regulação térmica das casas, mantendo-as aquecidas durante os rigorosos invernos nórdicos e frescas no verão.
A prática era tão eficaz que muitas dessas estruturas ainda existem, preservadas em museus ou mesmo em uso nas regiões mais remotas. Com o avanço da Revolução Industrial, no entanto, a paisagem urbana começou a se transformar de forma drástica.
As cidades cresceram verticalmente, e o concreto e o aço substituíram as construções tradicionais, resultando em uma desconexão cada vez maior entre o homem e a natureza. Esse afastamento culminou em cidades densamente povoadas, com pouca ou nenhuma área verde, impactando negativamente tanto o meio ambiente quanto a qualidade de vida dos habitantes urbanos.
Somente no final do século XX, em resposta às crescentes preocupações ambientais e à busca por soluções sustentáveis, é que a ideia dos telhados vivos foi redescoberta e adaptada ao contexto urbano moderno.
A Alemanha emergiu como pioneira na implementação do teto vivo contemporâneos, promovendo políticas públicas que incentivavam sua construção. Essas políticas foram impulsionadas pela necessidade de mitigar os efeitos adversos da urbanização, como as ilhas de calor e a impermeabilização do solo.
O sucesso das iniciativas alemãs rapidamente inspirou outros países europeus a adotarem práticas similares, e a tendência se expandiu globalmente, com cidades ao redor do mundo implementando telhados verdes como parte de suas estratégias de desenvolvimento sustentável.
O telhado verde moderno é o resultado dessa longa evolução histórica, combinando conhecimentos tradicionais com tecnologias contemporâneas. Eles representam uma reconexão com a natureza, oferecendo soluções inovadoras para os desafios ambientais das cidades contemporâneas, enquanto resgatam práticas ancestrais que, por séculos, foram esquecidas.
Definindo Teto Vivo, Telhado Verde e Laje Ajardinada
Os termos teto vivo, telhado verde e laje ajardinada são usados para nomear o mesmo tipo de cobertura vegetal em qualquer tipo de edificação.
A diferença que pode existir entre eles é somente o fato de o teto vivo e o telhado verde poderem ser construídos diretamente sobre um forro de madeira, bambu ou outro tipo de material, não necessariamente sobre uma laje.
Dessa forma, o termo laje ajardinada pode representar a cobertura feita em cima de uma laje.
- Teto Vivo e Telhado Verde: Referem-se a qualquer cobertura vegetal instalada em uma edificação. Pode incluir desde pequenos jardins em telhados até grandes coberturas verdes em edifícios comerciais. A principal característica de um teto vivo é a presença de plantas que, além de oferecerem benefícios estéticos, contribuem para o equilíbrio ambiental.
- Laje Ajardinada: Este termo é usado para descrever a aplicação de vegetação sobre lajes, muitas vezes em prédios residenciais ou comerciais. A laje ajardinada utilizada em contexto urbano é uma solução eficiente para maximizar o uso de áreas que, de outra forma, seriam espaços mortos. Além disso, essas lajes podem ser projetadas para suportar áreas de convivência e até mesmo hortas urbanas.
Cada um desses conceitos está inserido em um contexto de arquitetura sustentável, onde o objetivo principal é criar espaços que, além de funcionais, sejam também ecológicos e integrados ao meio ambiente.
Vantagens dos Telhados Verdes
A implementação de telhados verdes oferece uma gama diversificada de vantagens ambientais que vão muito além da estética.
Benefícios Ambientais
A implementação de telhados verdes oferece uma gama de benefícios que vão muito além do fator estético. Entre os principais estão:
- Regulação Térmica: A presença de vegetação ajuda a regular a temperatura das edificações, minimizando o efeito das ilhas de calor urbano, uma realidade comum em áreas densamente construídas.
Um dos principais benefícios é a sua contribuição para a diminuição do efeito de ilha de calor urbano. Nas cidades, a predominância de superfícies impermeáveis como asfalto e concreto provoca um aumento acentuado das temperaturas, fenômeno conhecido como efeito de ilha de calor.
- Qualidade do Ar: A vegetação atua como um filtro natural, purificando o ar e regulando a umidade atmosférica, o que é essencial para a saúde pública.
Tetos vivos ajudam a aliviar este efeito ao promover a evapotranspiração das plantas e fornecer uma camada de vegetação que reduz a absorção de calor, regulando assim a temperatura ambiente.
Isso reduz a demanda por ar condicionado e ventilação artificial, contribuindo para a economia de energia e diminuindo a pegada de carbono das edificações.
- Biodiversidade: Telhados verdes criam habitats para diversas espécies, promovendo a biodiversidade e contribuindo para o equilíbrio ecológico nas cidades.
Os telhados verdes também desempenham um papel importante na promoção da biodiversidade urbana. Em ambientes metropolitanos, onde a vegetação é muitas vezes escassa, os telhados verdes oferecem habitats valiosos para uma variedade de plantas, insetos e pequenos animais.
Esses espaços verdes podem atuar como corredores ecológicos, facilitando a migração e a reprodução de espécies, e contribuindo para a conservação da fauna e flora locais.
A presença de vegetação em telhados pode até mesmo ajudar a aumentar a população de polinizadores essenciais para a saúde dos ecossistemas urbanos.
- Gestão da Água da Chuva: Esses sistemas podem ser específicos para captar e reter água da chuva, exercendo pressão sobre os sistemas de condução e ajudando a prevenir alagamentos.
Outro benefício crucial dos telhados verdes é o manejo eficiente da água da chuva. Em ambientes urbanos, a impermeabilização do solo frequentemente leva ao aumento do escoamento superficial, resultando em inundações e sobrecarregando os sistemas de drenagem existentes.
O Teto vivo funciona como esponja natural, absorvendo e retardando a liberação da água da chuva. Eles têm a capacidade de reter água em suas camadas de substrato e vegetação, reduzindo o risco de enchentes e promovendo a recarga dos lençóis freáticos. Além disso, a vegetação ajuda a filtrar poluentes e nutrientes da água da chuva antes que ela atinja os sistemas de esgoto ou corpos d’água naturais.
- Isolamento Acústico: O teto vivo ou cobertura vegetal também contribui para a redução do ruído urbano, funcionando como um isolamento acústico natural.
- Valorização Imobiliária: Imóveis que adotam telhados verdes geralmente têm maior valorização no mercado, uma vez que são considerados mais sustentáveis e atraentes.
Vantagens Econômicas
A instalação de um telhado verde exigi um investimentona sua execução muito parecido com um telhado convencional de estrutura de madeira e telhas cerâmicas e quase que idêntico ao de uma laje de concreto impermeabilizada. Porém os benefícios econômicos a médio e longo prazo de um telhado aõ muito superiores ao de coberturas convencionais.
Um dos principais aspectos econômicos dos telhados verdes é a eficiência energética.
A camada de vegetação e substrato atua como um isolante térmico adicional, reduzindo a troca de calor entre o interior e o exterior do edifício. Isso pode resultar em uma diminuição substancial nos custos com aquecimento no inverno e resfriamento no verão.
Estudos indicam que a implementação de um telhado verde pode reduzir o consumo de energia elétrica de uma edificação em até 25%, proporcionando economia significativa nas contas de energia ao longo do tempo.
Ademais, os tetos vivos desempenham um papel crucial na proteção da estrutura dos edifícios. A camada de vegetação atua como uma barreira contra os raios UV e as variações extremas de temperatura, que são os principais agentes responsáveis pela deterioração das coberturas convencionais.
Isso significa que os telhados verdes podem prolongar a vida útil das coberturas, reduzindo a frequência e os custos associados à manutenção e substituição dos telhados.
Em um cenário de vida útil prolongada, os custos de manutenção e reparo podem ser significativamente diminuídos.
Outro benefício econômico relevante é o valor agregado ao imóvel. Edifícios com tetos vivos frequentemente se destacam no mercado imobiliário devido ao crescente apelo por espaços verdes e sustentáveis nas áreas urbanas.
A presença de um telhado verde pode aumentar o valor de mercado do imóvel e torná-lo mais atraente para compradores e locatários.
Além disso, a obtenção de certificações ambientais, como o selo LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), pode valorizar ainda mais o imóvel e torná-lo mais competitivo em um mercado imobiliário cada vez mais voltado para a sustentabilidade.
Benefícios Sociais e de Saúde
Os tetos vivos não apenas trazem vantagens ambientais e econômicas, mas também oferecem benefícios significativos para a saúde e o bem-estar dos moradores e frequentadores das edificações.
- A presença de áreas verdes, mesmo em ambientes urbanos, tem sido associada a efeitos positivos sobre a saúde mental.
- A proximidade com a natureza pode reduzir níveis de estresse, melhorar o humor e promover um sentimento geral de bem-estar.
- Tetos verdes podem servir como espaços de convivência e lazer, proporcionando áreas para relaxamento e atividades recreativas, contribuindo para a qualidade de vida dos habitantes urbanos.
- Além disso, os telhados verdes têm um impacto positivo na qualidade do ar nas cidades. A vegetação atua como um filtro natural, capturando partículas de poeira e poluentes atmosféricos, como óxidos de nitrogênio e compostos orgânicos voláteis.
- A melhoria da qualidade do ar pode ter efeitos benéficos para a saúde pública, especialmente em áreas densamente urbanizadas onde a poluição do ar é uma preocupação significativa.
- A possibilidade de produção de alimentos nos telhados verdes cria telhados produtivos garantindo soberania e segurança alimentar com a produção local e o consumo de hortaliças, legumes e frutas plantados sem agrotóxicos
A presença de vegetação e produção de alimentos em telhados pode, portanto, contribuir para o bem-estar e para um ambiente urbano mais saudável e sustentável.
Como Fazer um Telhado Verde
A instalação de um teto vivo exige um planejamento meticuloso e um projeto detalhado, fundamental para garantir tanto a viabilidade estrutural quanto a funcionalidade do sistema.
O processo inicia-se com uma análise estrutural da edificação. Esta etapa é crucial para assegurar que o edifício pode suportar o peso adicional das camadas de vegetação e substrato sem comprometer a segurança e a integridade da estrutura.
Engenheiros e arquitetos especializados devem ser consultados para avaliar a capacidade de carga do telhado e projetar o sistema de acordo com as características da construção.
Após a avaliação estrutural, é necessário escolher o tipo de telhado verde a ser instalado, que pode ser categorizado em três tipos principais:
- Telhado Verde Extensivo: Este tipo é caracterizado por sua leveza e requer menos manutenção. O substrato é geralmente mais fino, variando entre 5 e 20 cm de profundidade, e é composto por uma camada leve que sustenta plantas de baixo crescimento, como gramíneas e suculentas. A escolha de um teto vivo extensivo é ideal para edifícios com restrições de peso e para aqueles que buscam uma solução mais econômica. Seu principal benefício é a simplicidade e a menor necessidade de cuidados regulares.
- Telhado Verde Semi-Intensivo: Os tetos vivos semi-intensivos permitem o cultivo de mais espécies de plantas, incluindo arbustos e plantas com raízes mais profundas. Este tipo utiliza um substrato com uma camada mais espessa, geralmente entre 20 cm a 35cm de profundidade.
- Telhado Verde Intensivo: Por outro lado, os tetos vivos intensivos são mais robustos e permitem o cultivo de uma ampla variedade de plantas, incluindo árvores e arbustos. Este tipo utiliza um substrato mais profundo, geralmente acima de 35 cm, o que proporciona uma base mais rica e complexa para o crescimento das plantas. Tetos vivos intensivos são adequados para lajes ajardinadas onde se deseja criar espaços de convivência, como jardins ou hortas urbanas. Eles oferecem uma grande flexibilidade em termos de design e uso, mas requerem uma manutenção mais intensiva.
Materiais e Plantas
A escolha dos materiais e das plantas é um aspecto crítico para o sucesso e a longevidade de um teto vivo. O sistema de camadas deve ser cuidadosamente projetado para garantir a funcionalidade e a durabilidade do teto verde.
Os principais componentes são:
- Camada de Impermeabilização: Esta camada é essencial para proteger a estrutura da edificação contra infiltrações de água. Deve ser feita com materiais de alta qualidade que garantam uma vedação completa e durável.
- Camada de Drenagem: A camada de drenagem permite o escoamento do excesso de água, prevenindo o acúmulo que poderia danificar as plantas ou a estrutura do prédio. Pode incluir mantas geotêxteis, placas de drenagem ou outros elementos que facilitem o fluxo de água e evitem a saturação do substrato.
- Substrato: O substrato fornece os nutrientes necessários para o crescimento das plantas e deve ser leve para não sobrecarregar a estrutura. Geralmente é uma mistura de materiais orgânicos e inorgânicos que retém água e nutrientes, mas também permite a ventilação das raízes.
- Cobertura Vegetal: A escolha das plantas deve considerar o clima local, a exposição solar e as necessidades de manutenção. Espécies nativas são frequentemente recomendadas devido à sua adaptação às condições ambientais locais e à menor necessidade de cuidados. Além disso, a seleção das plantas deve considerar a estética desejada e o propósito do teto verde, seja para proporcionar sombra, criar áreas de lazer ou promover a biodiversidade.
Instalação e execução dos telhados verdes
A instalação de um telhado verde deve ser realizada por profissionais qualificados para garantir que todas as etapas sejam executadas corretamente e que o sistema funcione como planejado. O processo geralmente segue estas etapas:
- Preparação da Superfície: A superfície do telhado deve ser limpa e preparada para a aplicação da camada de impermeabilização. Esta etapa é crucial para garantir que a impermeabilização adira adequadamente e ofereça uma proteção eficaz contra vazamentos.
- Colocação da Camada de Drenagem: A camada de drenagem é instalada para assegurar o correto escoamento da água. Pode incluir a aplicação de mantas geotêxteis, placas de drenagem ou outros materiais que facilitam a gestão da água e protegem o substrato.
- Aplicação do Substrato: O substrato é distribuído uniformemente sobre a camada de drenagem, criando uma base adequada para o plantio. É importante garantir uma espessura consistente para suportar o crescimento das plantas e manter a estabilidade da cobertura verde.
- Plantio: A vegetação é então plantada de acordo com o layout planejado. Durante esta etapa, é fundamental considerar as necessidades específicas de cada espécie e como elas interagirão no ambiente do teto vivo.
Após a instalação, o teto vivo deve ser monitorado regularmente para garantir que as plantas se adaptem bem e que o sistema de drenagem funcione corretamente.
Telhados Verdes no Brasil: Legislação e Seus Benefícios
A urbanização constante e crescente e suas consequências e impactos sobre o meio ambiente têm gerado a necessidade cada vez mais urgente de soluções sustentáveis para as cidades.
Nesse contexto, o telhado verde, também chamado de teto vivo, laje ajardinada ou ainda cobertura vegetal, incorporam espaços verdes como hortas e jardins ao design inovador e moderno e surgem como uma alternativa eficaz para reduzir os efeitos negativos da urbanização.
No Brasil, a implantação dos telhados verdes é incentivada por diversas legislações que incentivam tanto a sua instalação quanto o uso dessa e outras tecnologias que favoreçam a sustentabilidade.
A seguir vou citar algumas das principais leis brasileiras relacionadas aos telhados verdes e os benefícios que esses sistemas oferecem.
Compreendendo os Telhados Verdes
O telhado verde ou cobertura vegetal é uma estrutura que utiliza camadas de vegetação em suas superfícies.
Essa solução contribui para a promoção de equilíbrio ecológico entre os ambientes construídos, a natureza e o bem estar dos habitantes.
Os telhados verdes oferecem uma série de vantagens, como a regulação térmica das edificações, a melhoria da qualidade do ar e o estímulo à biodiversidade urbana e até mesmo segurança alimentar por proporcionar que sejam cultivados hortaliças e outros alimentos sem aditivos químicos.
Para que seus benefícios sejam cada vez mais amplamente difundidos e aproveitados, a implementação de incentivos é essencial.
Normas, Incentivos e Regulamentações no Brasil
Os incentivos aqui no Brasil para os telhados verdes se dividem em categorias diferentes, que incluem a obrigatoriedade de instalação, incentivos fiscais e regras de compensação ambiental.
- Normas de Obrigatoriedade: Em várias cidades, a instalação de telhados verdes é uma exigência legal. Por exemplo, a legislação de Recife/PE (Lei Municipal n.º 18.112/2015), estabelece que prédios com mais de quatro andares devam incluir essa solução em seus projetos. Da mesma forma, outras localidades, como Guarulhos/SP (Lei Municipal n.º 7.031/2012) e algumas regiões da Paraíba (Lei Estadual 10.047/2013) implementaram normas que garantem a obrigatoriedade da instalação de telhados verdes, contribuindo para um desenvolvimento urbano mais sustentável.
- Incentivos Fiscais: Para incentivar a utilização de telhados verdes, muitos municípios oferecem benefícios fiscais, como descontos no IPTU para propriedades que adotam esse recurso construtivo. Essas medidas são usadas nas cidades de Porto Alegre/RS (Lei Complementar n.º 974/2023), Farroupilha/RS (Lei Municipal n.º 4.531/2019), Pomerode/SC (Lei Complementar n.º 478/2022), Goiânia/GO (Lei Complementar n.º 235/2012), Cuiabá/MT (Lei Municipal n.º 515/2022) e Salvador/BA (Decreto 36.288/2022), onde os proprietários podem reduzir suas despesas tributárias ao adotarem práticas sustentáveis em suas edificações.
- Compensação Ambiental: Algumas normas permitem que os construtores ampliem suas áreas edificadas, desde que compensem essa expansão com a instalação de telhados verdes ou outras soluções sustentáveis. Essa abordagem é adotada nas cidades de Porto Alegre/RS (Lei Complementar 434/1999), e São Paulo/SP (Decreto 53.889/2013, alterado pelo Decreto 55.994/2015) e Canoas/RS (Lei 5.840/2014), onde a vegetação nos telhados ajuda a equilibrar o impacto da urbanização.
- Certificações: Normas que promovem certificação e selo de sustentabilidade também são uma via para o incentivo ao uso de teto vivo e outras tecnologias ecológicas nas edificações. As certificações, muitas já conhecidas como os selos LEED e AQUA, agregam valor aos empreendimentos atraindo diversos benefícios.
os incentivos e regulamentações para instalação de telhados verdes no Brasil refletem um compromisso crescente com a sustentabilidade urbana.
Ao promover a adoção dessas soluções, o poder público não só melhora a qualidade de vida nas cidades, mas também contribui para a preservação do meio ambiente.
Diante dos benefícios amplamente reconhecidos, é vital que mais cidades adotem legislações que incentivem a implementação de telhados verdes, garantindo um futuro mais saudável e sustentável para todos.