BIOCONSTRUÇÃO E ARQUITETURA SUSTENTÁVEL

O hiperadobe é uma técnica de construção com terra ensacada que consiste em sacos de malha rachel preenchidos com terra adequada. Em seguida os sacos são compactados e sobrepostos uns aos outros para executar paredes estruturais com excelência em conforto térmico e acústico. O hiperadobe favorece a construção edificações com bons graus de sustentabilidade e formas orgânicas com apelo estético. É uma das únicas técnicas de construção com terra contemporânea e cada vez ganha mais espaço nas construções ecológicas.

Arquitetura sustentável é a concepção de ambientes construídos através de soluções projetuais que agregam o menor impacto ambiental possível e o maior grau de preservação das condições naturais e recursos não renováveis.

O uso de princípios da bioclimática, técnicas de biconstrução, eficiência energética, bem estar e saúde dos ocupantes e o uso de materiais de fontes renovais e atóxicos é de suma importância para fazer projetos de arquitetura sustentável.

A permacultura é feita com bases em princípios para os assentamentos humanos serem o mais sustentáveis possível e em equilíbrio com os ecossistemas locais. Para fazer permacultura é importante dar atenção para necessidades de moradia, produção de recursos e alimento com menor impacto ambiental e humano possível. Para iniciar a permacultura em um terreno, também conhecida como cultura permanente, é necessário dividir o terreno disponível em zonas de acordo com interação humana, funções e os princípios permaculturais.

Arquitetura vernacular é o nome dado para arquitetura regional e local, feitas com os materiais, potencias e técnicas encontradas em cada local e região. Dessa maneira a arquitetura vernacular traz uma relação com as formas tradicionais de se fazer arquitetura, representando a estética, costumes e cultura de habitação de cada povo e suas regionalidades.

A taipa de pilão é feita com terra compactada através de um pião dentro de fôrmas tradicionalmente feitas de madeira e chamadas de taipal. Depois do solo compactado as fôrmas são removidas e as paredes estruturais de taipa de pilão estão prontas. É importante dar atenção especial nas fôrmas e na terra correta a ser usada para fazer as paredes. Uma terra arenosa com argila suficiente para dar coesão e resistência é o primeiro passo para escolha da terra adequada.

Não existe um registro preciso sobre a origem das construções de taipa de mão, pois muitas culturas milenares pelo mundo usam a terra como material de construção junto com tramas de madeira ou bambu. Aqui no Brasil, sabemos que tribos indígenas já usavam a taipa de mão para habitações temporárias e permanentes antes da chegada dos colonizadores. Como na maior parte do mundo existem recursos naturais para fazer tramas e cobrir com terra usando as mãos, com certeza essa deve ser uma das mais antigas e versáteis técnicas de construção com terra até hoje.

Fazer biconstrução é um cuidado para que as edificações, tanto em obra e também quando prontas, possam ter o menor impacto possível no meio ambiente e na saúde dos usuários. Isso é um movimento que surge desde da interação humana com os primeiros abrigos feitos com materiais locais e espaços funcionais. Nos tempos contemporâneos a bioconstrução tem relação com movimentos voltados para ecologia, bioclimática, ergonomia e sustentabilidade. É importante ressaltar que a bioconstrução dá foco não só na sustentabilidade ambiental, mas também na saúde e bem-estar dos usuários, na bioconstrução a edificação é considerada um ser vivo que abriga outros seres vivos, por isso o nome de bio construção.

Cob é uma técnica de construção com terra onde se é feito uma mistura de terra, palha e areia com tal consistência possível de ser moldada e empilhada. As paredes são esculpidas e modeladas com essa massa, criando-se uma gama muito variada de formas e possibilidades. É uma forma de construção muito utilizada na África, desde a antiguidade, é uma das formas de construção mais ancestrais que temos.

Adobe é um bloco feito de terra crua, não recebe queima em fornos como os tijolos cerâmicos. É uma das mais antigas fôrmas de se construir e está presente em diversas construções seculares em várias partes do mundo. Consiste em se colocar terra em estado plástico dentro de uma forma e depois de desenformado é seco ao sol. Esses blocos podem ser utilizados em paredes estruturais quando em feitos e em alguns casos levam palha ou outros agregados na sua mistura.

Adobe é um bloco de terra crua, sem queima em fornos, feito com a terra em estado plástico e colocado em fôrmas para adquirir a sua forma. É uma das formas de construção mais antigas e tradicionais que temos. Estes blocos são capazes de suportar carga e existem construções com mais de 10 andares de altura, sem o uso de estruturas autônomas. É considerado uma forma de construção ecológica pelo fato de ter matéria prima abundante e não utilizar carvão e queima na sua fabricação.

Construções com terra são feitas há séculos pelo homem em quase toda extensão do mundo. É a matéria prima mais abundante que temos e muito versátil, pois existe uma gama muito grande de técnicas e possibilidades de utilização. Adobe, Taipa, Pau-a-pique, hiperadobe, Cob, são alguns exemplos de técnicas de construção com terra. A prerrogativa é proteger a base, com impermeabilização na fundação e o topo, com beirais generosos nos telhados. Boas botas e bons chapéus, como diriam os antigos. Sua utilização traz um grau de sustentabilidade alto para as obras pois a pegada ecológica e emissão de CO2 de sua execução é muito baixa.

Superadobe é uma técnica de terra ensacada, onde é utilizado sacarias contínuas em rolo, com largura aproximada de 40cm. Onde essa sacaria é preenchida com terra e compactada. As sacarias fazem o papel de fôrma para manter a terra no local até a compactação que é o que estabiliza de fato toda a estrutura. E assim vão se fazendo cada uma das fiadas, uma sobreposta na outra, já executando as paredes que têm função estrutural também, ou seja, são paredes autoportantes.

Para tornar uma arquitetura sustentável é preciso avaliar seu impacto no meio ambiente, seu consumo de energia durante e após a obra, bioclimática, análise inteligente da paisagem e dos locais em que estão inseridas, seus índices de salubridade e regeneração do meio ambiente e das pessoas que ocupam aquele espaço, utilização de materiais não tóxicos e, de preferência, locais e renováveis. São edificações que têm como prerrogativa a saúde e a vida, a regeneração do meio ambiente e a sustentabilidade.

Permacultura é um estudo da cultura ou agricultura permanente, são formas de ocupação de locais e divisões do espaço onde destinamos cada ocupação e função de forma organizada e em conformidade com as necessidades de produção, moradia, preservação ambiental. Foi desenvolvida por Bill Mollison com a intensão de aprimorar as formas de produção e ocupação humana. A Bioconstrução vem como instrumento complementar à essa forma de ocupar, pois gerar uma moradia traz consequências, gera impactos, consome energia e produz lixo. A ideia é fazer isso com o menor impacto possível, usando materiais locais, naturais, não-tóxicos e com baixo consumo de energia.